A confrontação da Visual Approach Chart de LPCS (Anexo 3) com a Visual Approach Chart de LECU (Anexo 4) prova o que dizemos.

A falta de corredores de entrada e de saída, bem separados e com altitudes definidas, permitiria que tais aviões, desde o ponto de reporte de chegada e de saída até ao aeródromo mantivessem contacto radio unicamente com Cascais, sem necessidade de comunicar com a Aproximação de Lisboa (119.10) e sem estarem sujeitos ao "contingentamento" constante do documento anexo, resultante da carga de trabalho dos Controlador de aproximação, ou as avaliações discricionárias desse controlador.

É o que se passa com LECU, que tem os pontos de reporte N e S para chegadas, e W para saídas, e em que se define 3000 pés como altitude no corredor de chegada e 3500 pés no de saída. O contacto rádio é exclusivamente assegurado pela Torre de LECU ao longo do corredor.

No caso das entradas e saídas de Cascais, poderia e deveria desde já ser publicado um procedimento de aproximação VFR baseado no actual "túnel Este", em que a altitude na rota de saída fosse 1000 pés até à Lagoa de Albufeira (Lagoa), e 2000 pés da Lagoa até Setúbal, e em que a altitude na rota de chegada fosse 2500 pés de Setúbal à Lagoa e de 1500 pés da Lagoa até Cascais (altitudes QNH). Este é aliás o procedimento habitual, que ganharia em estar devidamente publicado. Setúbal e Lagoa seriam pontos de reporte obrigatórios.

Uma vez definido tal procedimento, não há qualquer razão para os pilotos que o executam terem de comunicar com a Aproximação Lisboa, podendo toda a rota no corredor ser controlada por Cascais, que aliás é gerido pela NAV e dispõe de um repetidor de radar, e a quem cabe conjugar tais movimentos com os movimentos IFR da Saída e Chegada a Cascais.

Uma vez concretizada esta medida, acabariam em absoluto as razões subjacentes aos atrasos e restrições da Aproximação de Lisboa, que não seria sequer contactada pelos pilotos, não se colocando problemas de separação com o Tráfego de Lisboa, já que todas as aproximações de instrumentos à pista 03 ou 35 da LPPT se iniciam a 3000 pés, o que assegura sempre 1500 pés de separação vertical mínima com o trafego VFR entre Lagoa e Cascais. Não podemos em especial aceitar que por vezes se condicione todo o movimento normal VFR de Cascais apenas para possibilitar aproximações visuais a LPPT a 2500 pés ou abaixo (anexo 5).

Embora esta solução não resolva todos os problemas dos acessos a Cascais, nomeadamente os acessos Norte e Este, permitiria desbloquear a actual situação de constrangimento que gravemente penalizar os Voos VFR em Cascais.